terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mesa Redonda no Proclamarte

O Proclamarte irá contar com uma Mesa Redonda sobre artes na Igreja, leia o texto abaixo sobre o assunto:

Estabelecendo um diálogo


Os músicos, atores, técnicos de som, dançarinos, pintores, cronistas, poetas, letristas, cenógrafos cristãos precisam cada vez mais se enxergar como artistas! Parece uma colocação à toa, mas na verdade não é. Nós que trabalhamos com arte na Igreja nos vemos mais como uma simples parte da engrenagem da vida cúltica ou pior: como seus protagonistas, querendo inclusive disputar atenção com aquilo que deveria ser central ao culto cristão: a proclamação palavra e o sacramento da comunhão!

Isso é uma complicação sem tamanho, e acontece em grande parte porque não falamos do que fazemos como artistas. Temos medo disso e caímos na saída fácil de deixar o assunto só em seu campo espiritual. Daí o excesso de ministrações, capacitações, discipulados, livros, retiros, escolas que querem dar conta da “vida ministerial” dos artistas cristãos. Não acho que esses encontros sejam inúteis e também não questiono a bençãoque podem representar em nossas vidas! Eu mesmo sou freqüentador assíduo de tais encontros, no entanto sinto falta de formação e discussão artística! Sinto falta do músico cristão entendendo qual a sua função estética na vida da Igreja e mesmo na vida da Sociedade.

No campo da formação nosso déficit é enorme. Só na área musicalque me é a mais endêmica, vejo que cada vez está mais difícil encontrar pessoas que dominem com desenvoltura a linguagem musical. E não estou aqui falando do simples fato de “saber ler partitura”! Formação musical está MUITO alem disso e depois de trilhado todo um percurso até a minha formação superior e altamente teórica em música, sinto-me obrigado a reconhecer de público: “saber ler partitura” é MUITO pouco e algo até insuficiente para se constatar o domínio pleno da linguagem musical de um músico. No campo da discussão artística o buraco é ainda mais em baixo até por conta da “patrulha ideológica” que nos faz como “protestantes/evangélicos” evitar ir a shows, peças, vernissages, concertos, mostras, festivais, óperas e afins... Acabamos ficando restritos a uma realidade focada naquilo que acontece na música chamada Gospel aqui no Brasil que padece de um “mesmismo” que já conta décadas. Não temos nem vocabulário artístico suficiente desenvolvido ainda.

É esse quadro que pretendemos discutir, abrindo um canal de dialogo direto com a juventude metodista para que possamos dar passos a frente rumo à retomada de nossa vocação wesleyana a uma arte TRANSFORMADORA, viva e que marque não só nossa Igreja, como também a sociedade de modo geral!

Entre nesse papo. Ele pode parecer esquisito num primeiro momento, mas tenho certeza de que cresceremos nele e com ele.

Por Jonas Paulo, coordenador do núcleo de música do Proclamarte



Proclamarte: dia 13 de agosto  na Catedral Metodista, a partir das 9h30

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